terça-feira, 13 de julho de 2010

O amor é um fogo que arde sem se ver....

Como já dizia Luís Vaz de Camões...

O amor é um fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente.. e por aí vai...
Hoje quem me lembrou deste poema hoje foi meu querido amigo Enéas... estávamos a falar sobre a mulher, como nos entender?
Nem nós mesmas nos entendemos quanto mais os homens, ai valha-me.. e ele me dizendo que nós precisávamos vir com um manual, quem dera seria óptimo até para eu entender o que eu realmente sou e como me comporto kkkk. É muito difícil ser mulher nos dias de hoje, até para nós nos aguentarmos! O meu querido veio com a seguinte frase:


ENÉAS BISPO diz (17:50):
*mulher?
ENÉAS BISPO diz (17:51):
*mulher é fogo que arde sem se ver
ENÉAS BISPO diz (17:49):
*concordo em numero género e grau
*em todas as instâncias
*inferiores e superiores
*sem mulher por mim podem cortar o meu pescoço
(F)Nika(F) diz (17:49):
*kkkkkkkk
ENÉAS BISPO diz (17:49):
*prefiro viver sem pescoço do que viver sem mulher!

Os homens coitados, não podem viver sem nós hahahaha.... eu vou colocar abaixo um texto contando um pouco sobre este Poema de Camões e logo em seguida coloco o Poema, espero que gostem =)

Neste poema, Camões procurou conceituar a natureza contraditória do amor. Não é um tema novo. Já na Antiguidade, o amor era visto como uma espécie de cegueira, uma doença da razão, uma enfermidade de consequências às vezes devastadoras. Nas cantigas de amor medievais, os trovadores exprimiam seu sofrimento, a coita, provocada pela desorientação das reações do artista diante de sua Senhora, de sua Dona.

Petrarca e os poetas do dolce stil nuovo privilegiaram, na Renascença italiana, o tema do desencontro amoroso, das contradições entre o amar e o querer e do sofrimento dos amantes e apaixonados.

O poeta buscou analisar o sentimento amoroso racionalmente, por meio de uma operação de fundo intelectual, racional, valendo-se de raciocínios próximos da lógica formal. Mas como o amor é um sentimento vago, imensurável, Camões acabou por concluir pela ineficácia de sua análise, desembocando no paradoxo do último verso. O sentir e o pensar são movimentos antagônicos: o sentir deseja e o pensar limita, e, como o poeta não podia separar aquilo que sentia daquilo que pensava, o resultado, na prática textual, só podia ser o acúmulo de contradições e paradoxos. Essa feição contraditória e o jogo de oposições aproximam Camões do Maneirismo e, no limite, do Barroco.


Leia o poema:

Amor é um fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?


Um grande beijo e uma ótima semana para todos ;)